terça-feira, 22 de setembro de 2009

Primavera Chegou...


De uma semente ao florir


Tanta vida pra viver


Tantos risos por rir


Na Primavera havemos de ver




Um catavento, louco, girando


Canções tão bonitas no riacho a tocar


E pessoas, todas dançando


Apaixonadas e loucas, também a girar




E até o verão voltar sorrateiro


Colhemos sorrisos e flores


Para enfeitar por inteiro


Todos os nossos amores...


* ver Canção da Primavera, por Mario Quintana

One Piece...


Tantas vezes eu quis ver

Na impossibilidade de um amor

A possibilidade de ser

Só eu e você.




"O beijo", F. Hayez

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Amor de verão

Eu me ajoelho e tento ver além do mar.
Já é tarde e perigoso, mas não posso mais voltar
e para onde vou ainda é uma incógnita.
Mas a praia onde descanso é uma inóspita
fenda entre duas rochas.

E nela encontro, ao suspirar,
uma curiosa concha na onda a bailar.
Cutuco, bato forte e em minhas mãos a detenho,
tento abrir sua casca com tanto empenho
que não viso parar.

Já é tarde e perigoso, mas não posso mais voltar.
Talvez eu siga uma estrela cadente,
talvez eu siga uma estrela-do-mar.
A concha não se abre e fere minhas mãos
enquanto meu incerto futuro desabrocha.
Não quero mais tentar abri-la em vão.

E uma pequena gaivota vem me mostrar
que ainda há um longo caminho para caminhar.
Tanto faz se é para lá ou para cá.
O dia já vai indo!
Foi lindo, foi lindo...
Mas não quero mais ficar.
Sigo a gaivota e talvez ela vá decifrar
que a concha não havia de se romper
assim como certas coisas não hão de acontecer.

E a praia vai findando.
A concha apenas na memória ficando.
Porque eu escolhi seguir minha liberdade
branca como a neve que eu já vejo chegar...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Relembrando...

Mil vezes, até.
Se for preciso para aprender.
Que o passado, mesmo perto, é só eco do que não há de ser.
E não há amores, sabores, nem histórias de super-heróis para tirá-lo.
De onde se meteu, agora é só aperto. Só desespero não vai te fazer ver.
Que na verdade mil portas se abrem, mas só a janela não faz vento.
E nela você quer se debruçar... se desgastando por tanto tempo.
Não adianta o desespero.
A chave fica guardada, perdida num outro plano temporal.
Não tem como voltar, agora.
Mas você é tão jovem...
Sem sonhos, sem amor, sem vida. Sem glória.
Pra onde, então, vai sua poesia?
Morrendo na praia, salgada da maresia.
De um mar que te toma e doma por completo.
Até que você não é mais seu.
Você é do seu passado, dos seus monstros nostálgicos que abrigam o conhecido breu.
De uma mente atormentada, que só deseja uma estrada...
Para a perdição.

Vamos soltar os grilhões!

domingo, 5 de julho de 2009

Cheiro de Jasmim

Quanta tranqüilidade nesta noite sem sons

Apenas o doce cheiro de jasmim que tem a amizade

E eu quase posso ver seu sorriso pintado de saudade

Cada resquício, ainda em mim, dos momentos bons

Ainda batem no meu peito, apesar de você muito distante

E sem lutas, desarmados, aproveitamos o instante

Fazendo-nos almas cada vez mais transparentes

Aos sussurros fazemo-nos amigos contentes

Em nossa intimidade e nossa ritmicidade, e só

Como havia de ser desde a primeira nota dó

Dessa valsa meio tango, meio samba.


Mais que beijos e abraços e feitiços desastrados

Somos dois Espíritos encarnados e feitos para ser só um

Não há matéria entre nós que nos mantenha separados

Mas apenas um sentimento que justifica nossa felicidade

Daí vem o doce aroma de jasmim... que tem a amizade.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Message in a Bottle...

Chegou correndo e só hoje
Teu amor, de muito longe.
E ainda mais distante
No tempo; muito antes...

[Olhar pra trás é querer voltar?
Ou querer seguir e adiantar
O que nunca foi?]

Se a mim não mais me amas,
Não digas palavras em falso
Que ainda procuro teu abraço.

Porém, se o calor do meu colo anseias...
Volta pra mim, que de ti fugi
Não corro mais. 

ps: Fico aqui... 

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Samba A 2

Hoje chegou na cidade

Penduricalhos, pandeiros

E no passo, dançantes amantes

Saçaricando


Sábios que não em vão tentaram descobrir

O que há muito já se sabia aqui:

O que a gente quer é ser feliz

Felicidade é a melhor coisa que pode existir.


E os relicários e o samba

Os passistas e toda pompa

Vão passando, desfilando na rua

Seus corpos esculpidos e as musas nuas


Nosso carnaval, amor, a gente inventa

Com confete e serpentina a gente tenta

Pisar as dores do passado 

Num samba acelerado

E, quem sabe, dançar um novo samba

A dois.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Listening to Saturnine

For fighting and crying in a pillow made of stones

The dances bathed by the moonlight

Are only bittersweet memories that now lie

Within my last breath of illusion caught in my bones


The day you went away
You had to screw me over
I guess you didn't know
All the stuff you left me with
Is way too much to handle
But I guess you don't care


The cat is now out of the bag

All his wishes are revealed... too bad!

Never had a truely lovable word to whisper in my ear

If you want something else, why to keep me here?


I guess you don't need me
While whispering those words
I cried like a baby
hoping you would care


My loving demons, go away

Farther and further!

For a fake embrace I will not tolerate

If you don’t like me, don’t make me stay...

sábado, 23 de maio de 2009

Canção do Esquecimento em Sol Maior


Fiz uma canção, amor
Para relembrar nosso roteiro
Desse filme não inteiro
Um romance sem ator.

Das memórias mais ternas
Guardo o primeiro abraço
Mais quente e apertado!
Que não terminou num laço...

Amei o sorriso disfarçado
E o chapéu por pouco roubado!
Que pena, porém...
Por você nunca lembrados.

E entre as lembranças de um bar,
De um cigarro com cheiro de mar
Ou de um quarto selado
Com um ventilador quase quebrado. ..

Do que lembrará você?

Dos socos que a parede sentiu
O sangue que por você escorreu
Eu sei; tanta coisa você viu...
Tanta esperança de amor lhe doeu

Não há espaço no seu universo
Contudo, o nada ao lado
Fez vácuo, e desesperado
Encontra alimento no meu corpo em verso.

Meu peito expande
Mal cabe mais em mim
Minha paz é minha ira
Meu bem-querer sem fim

E daquela noite adiante
Sem nuvem escondendo a lua
Garras e dentes, confiante
Sou minha e sou sua.

Se a carne jaz chamuscada
Como nenhuma faísca
Por ti fora incendiada?
E a carne desperdiçada...

Despedaçada...

Por ais e mais
Do silêncio a aura brilhou
Em meio a falas despretensiosas
Perdido o coração ficou.

De repente, não mais que de repente
Um carinho e um riso contente
Brotando, multiplicando
Pululando em minha mente.

E o sorriso se mostra riso
Ri-se sozinho, ri-se contigo
Feliz apenas disso
Sem dúvidas, sem siso.

O filme rodando e o abraço
Talvez um laço...?

Não...

De um beijo seu
Não sei o que faço.

Não me permito esperançar
Da esperança faço um grito.
Mas se o grito na garganta entalar
Então a esperança fica comigo...

E nessa valsa vou dançar
Eu bem sei, mas vou contigo.
De tanta dor que eu já doí,
Mais uma dor é mais um amigo.

Pois é triste um querer tanto
Ter ao seu lado o desencanto
E receber em troca de um forte sentimento
Nada mais que uma canção do esquecimento.


Memória, por Carlos Drummond de Andrade
"Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão."

sábado, 16 de maio de 2009

Oh, Me. Oh, Moon.

Embracing moonlight of my nights come quick

For I have fallen for you, high in the sky

And this marvelous form have made me weak


Even though, from weakness I have made my decision

To take the risk and go out to touch this untouchable vision

And on the way up I have turned stronger for my mission


Do not know what the dark side of the moon hides

If it is sweet or bitter, without seeing I cannot decide

But like a star, next to the satellite I’ll gently lie


And if the moon reveals its side is bitter

For another star has been lying with it

Sun will come and make my days sweeter

I will neither hurt nor be beat.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

La Luna que me falta

Por que foste tão cedo?

Não me deixa ao relento,

tenho medo!


Volta rapidinho, amor meu

Já não aguento as noites

sem o amor seu!


E enquanto nessa cama gelada me deito,

também não há mais o doce brilho da lua.

E lembro-me da paixão presa em meu peito,

intimidada pela luz que me banhava nua.